Dia Internacional do Estudante: Como foram os meus tempos de estudante
Hoje, 17 de Novembro, é o dia internacional do estudante. Dino-Musik foi falar com dois grandes artistas do panorama musical nacional para saber como foram os seus tempos de estudante.
NGA e Dji Tafinha são dois dos melhores rappers angolanos da actualidade. Os álbuns "Duetos" de Dji Tafinha e o "King" do NGA, foram dos mais bem sucedidos em Angola dos últimos anos. O SAPO aproveitou este dia para falar com os dois músicos sobre os seus dias de estudante.
NGA
Como foram os teus tempos de estudante? Gostavas de estudar?
NGA: Eu gosto de aprender, sempre gostei, mas nunca tive muita paciência e não tendo paciência fica complicado estar 40 minutos concentrado em algo que não interessa. Tendo professores interessantes a aula automaticamente tornava-se interessante, eu sou mais do tipo conversa do que: “tens de ler isto ou aquilo”. Nunca chumbei, mas também não era aluno de ter nossa máxima, era um estudante normal. No que eu gostava tirava boas notas.
Consideravas-te um bom aluno?
NGA: Eu gosto de dizer que sim. A educação que a minha 'cota' me deu não me permitia faltas de respeito, atrapalhar as aulas, etc. Tive as minha falhas, sempre relacionadas com a música, cantar ou ouvir música nas aulas. Mas, sempre respeitei as pessoas, sempre me dei bem com as auxiliares de educação. No aspecto da educação e comportamento vou dizer que sim. Nas notas, tirava o suficiente para não chumbar (risos).
Do que mais sentes mais saudades do teu tempo de estudante?
NGA: Um pouco de tudo. De certos professores, com quem era interessante conversar. Com a vida que eu tenho como músico estou sempre em contacto com as pessoas e a escola também é assim. Não houve muita coisa que tenha mudado. Agora até chego em casa e muitas vezes prefiro ficar com a família.
Quais eram as disciplinas que tinhas dificuldades e mais facilidades?
NGA: Dificuldades com a matemática como quase todas as pessoas que eu conheço, além de não me interessar pela cadeira, os professores nunca me conseguiram estimular muito, mas a culpa não era deles. Outra é educação física, nunca gostei muito de correr, sempre fui muito mais de música, de estar parado e navegar na minha cabeça. No resto nunca fui muito bom a nada, mas gosto muito de português, gostava de economia e hoje uso isso na minha carreira.
Achas que de alguma forma o que aprendeste na escola ajuda-te na tua carreira?
NGA: Sim, primeiro na formação da personalidade, de adolescente para “homenzinho”, como a minha cota dizia.Como falar com as pessoas, com as miúdas. Aprendias que sendo educado e humilde consegues mais. No caso da música foi lá que comecei a cativar algumas pessoas com o que fazia. Em relação as aulas o português uso na música. A parte da matemática sinto que devia ter aprendido mais, porque hoje nas contas perco-me, no dinheiro que fazemos perco-me, porque isso nunca me interessou.
Se não fosses músico, que outra profissão quererias ter?
NGA: Eu não faço ideia, mas não ia passar pela escola porque eu sou uma pessoa de prática. Não faço ideia, mas seria algo relacionado com artes, cinema ou escrita. Apesar de não ler muito e não sei se isso não ia influenciar a escrita, mas gosto de escrever. Apesar de não escrever no papel, gosto de escrever na minha cabeça, pintar o quadro. Por isso teria a haver com artes.
Que conselho darias a quem ainda estuda?
NGA: Eu digo aos meus filhos que a escola vai dar as ferramentas e as opções. Eu digo que o eles fizerem agora na escola, amanhã vai fazer a diferença no salário deles, se começa com o salário mínimo ou um pouco acima. Se tu tiveres o diploma, o conhecimento, se tu souberes mais, se tiveres mais conhecimento, tu teoricamente fazes melhor e aí o mundo valoriza-te de outra forma. A escola dá-te isso, ferramentas. É assim que eu falo com os meus filhos.
Dji Tafinha
Como foram os teus tempos de estudante? Gostavas de estudar?
Dji Tafinha: Eu nunca fui um excelente aluno, mas também não era um péssimo aluno.Eu lembro-me que gostava de língua portuguesa.
Consideravas-te um bom aluno?
Dji Tafinha: Sim, não era um excelente aluno, mas era um bom aluno.
Do que mais sentes mais saudades do teu tempo de estudante?
Dji Tafinha: Da convivência com os colegas, isso era oprimo.
Quais eram as disciplinas que tinhas mais dificuldades ou facilidades?
Dji Tafinha: Eu detestava matemática até ao meu segundo ano do médio. Eu era um aluno que não era assim tão bom a matemática e a química. Mas, a partir do terceiro, se não estou em erro, aí já comecei a “cascar mesmo a sério”. E como já disse antes também gostava muito de língua portuguesa.
Achas que de alguma forma o que aprendeste na escola ajuda-te na tua carreira?
Dji Tafinha: Ya, totalmente. Por exemplo, em termos de língua portuguesa aprendemos fixe sobre poesia, prosa, sobre composição e isso é extremamente útil na minha carreira. Eu consigo explicar muito bem aquilo que quero nas músicas devido a essas bases.
Se não fosses músico, que outra profissão quererias ter?
Dji Tafinha: Eu sonhava em ser piloto, isso muito por influência do meu pai. Mas, desisti por completo, nunca mais voltei a pensar no assunto, desde comecei a fazer música. Senti na música algo que nunca tinha sentido antes e sinto até hoje.
Que conselho darias a quem ainda estuda?
Dji Tafinha: Sigam aquilo que mais vos dá prazer. Não fiquem a procura de uma profissão a pensar no dinheiro, mas sim aquilo que vos dá prazer.