Bob da Rage Sense Fala Sobre Novo Álbum Em Entrevista à Sapo
Bob da Rage Sense está de volta aos discos. "Ordem depois do caos" é o
trabalho mais recente do artista. O SAPO esteve presente na gravação do
seu novo vídeo, para a música “Reflecte”, primeiro single do álbum, e
falou em exclusivo com o rapper. Bob contou-nos sobre o novo CD, sobre o
sonho de lançar a sua editora, "Rage Sense Music", e como continuar a
ser revolucionário faz parte dos seus planos.
O álbum vai-se chamar "Ordem depois do caos", porquê esse nome?
"Ordem depois do caos" porque este é o momento de tranquilidade da minha carreira. Este disco é um pouco a junção de toda a minha carreira num só álbum. Gravei com muito mais independência do que nos anteriores. Os artistas costumam dizer, mas é sem grandes clichés que eu digo que este é o meu melhor álbum até a data, tendo em conta que tive todo o espaço e tempo para a música que me apeteceu, é o meu álbum de sonho. Tudo partiu de mim e materializou-se dessa forma.
Qual é a tua abordagem neste disco, continuas revolucionário?
Mais do que nunca, continuo revolucionário. Nos álbuns passados procurei desenvolver muitos temas como alimentação, a cultura hip-hop, música, a filosofia de vida da sociedade, o quotidiano entre outras coisas, tudo o que me apeteceu escrever e rimar, eu sempre o fiz sem nenhuma limitação. Este álbum é uma continuidade daquilo que eu já fiz. Para dar um exemplo, no disco "Bobinagem" eu tenho uma faixa que bateu muito em Angola, "A Carta", e neste novo CD vem a segunda carta. Política é algo que sempre fiz e é algo que me caracteriza, eu não consigo dissociar política da música que faço, sai sempre aquele toque de intervenção social e política.
Vais lançar o disco em Maio em Angola, quais são as tuas expectativas?
Eu não faço expectativas em relação a este disco, tal como nunca fiz com os anteriores, mas o “feedback” que tenho tido de Angola é muito, muito positivo, vai para além daquilo que eu estava à espera. Eu quando dei o concerto, em Luanda, duvidava que o Cineatlântico enchesse e encheu. Estava lá toda gente a cantar as músicas, tanto que aquele concerto foi um prémio de carreira. E foi por isso que eu decidi fazer o lançamento deste novo disco em Angola, como uma forma de retribuir o amor que o público tem-me dado estes anos todos.
Como explicas esse amor que o público angolano tem por ti?
Não sei bem dizer. Tendo em conta a minha vertente política, eu sempre fui um pouco censurado em Angola, a minhas músicas raramente passaram na rádio ou na televisão. Eu nunca fui promovido em Angola, mas sempre tive muito público e deu para comprovar isso no meu concerto. Eu não sei como é que isso acontece em Angola e, fora de qualquer cliché, aquele país tem o melhor público que já vi. Aquele público é fiel, eu tenho fãs que me seguem desde o meu primeiro disco e que estão fiéis até hoje. Não sei como a música chega até eles, mas chega.
Como vês o mercado da música em Angola?
Eu nunca vi nenhum mercado como o angolano, há artistas que não têm promoção nenhuma, mas as pessoas estão a par do que se passa, estão interessadas em comprar os CD’s e não em sacar da internet. Em Angola, as pessoas têm fome e sede de cultura, e querem crescer com aquilo que os artistas têm para dar. Em Angola acontece um fenómeno único, muitos artistas "underground" vendem mais que alguns comerciais, como é o caso do Kid MC ou do MCK, que vendem muito mais que muitos artistas comerciais.
Tu tens o projecto de ir a Angola em Maio lançar o disco, mas também de fundar uma editora. Fala-nos mais desse projecto.
A minha editora, que está quase a tornar-se no meu filho, tem o objectivo de procurar talento em Angola, que eu sei que existem milhares. Desde o hip-hop, RnB, soul, passando pela música tradicional, não só o semba ou o kuduro, mas também a música tradicional, música tribal angolana, que existe em algumas regiões e que costuma ser subvalorizada. Muitas vezes, esses estilos mais tradicionais não têm o apoio do governo. A ideia é sair de Luanda, que é a central de tudo o que se passa em Angola, e ir para o interior do país encontrar talentos para poder mostrá-los ao mundo. Eu quero tentar furar mercados como o da Nigéria, Gana ou da África do Sul, e criar um intercâmbio cultural e musical com esses países.
E como nasceu este teu sonho?
Este já é um sonho antigo. Tendo em conta que já tenho bastante experiência como produtor executivo, fui eu que assumi esse papel em todos os meus álbuns. Nunca precisei de um editor ou de algum manager para me dizer ‘vais precisar de tirar aquela música e por esta’, eu é que sempre tive a liberdade de escolha e com essa experiência que ganhei em Portugal, quero pegar e levar e trabalhar como CEO, ajudar muitos artistas e ajudá-los como eu fui ajudado, há mais de 10 anos, pelo Samurai e pelo Bomberjack. É um sonho que muito em breve se vai tornar realidade.
É o teu amor por Angola que te faz ser tão crítico?
O meu amor por Angola, pelo mundo e a minha personalidade sempre fizeram de mim um adepto ferrenho da verdade e da liberdade. Eu sempre fiz questão de abrir os olhos das pessoas e fazer com que elas ganhem outro tipo de perspectiva política e social. Esta é a minha missão, já tenho feito isso há anos e não pretendo mudar.
Bob da Rage Sense pretende efectuar o lançamento do disco em Luanda, mas faz parte dos seus planos levar este novo trabalho as outras províncias do país. Para além de Angola o rapper conta estar em Moçambique e efectuar um intercâmbio com artistas brasileiros.
O álbum vai-se chamar "Ordem depois do caos", porquê esse nome?
"Ordem depois do caos" porque este é o momento de tranquilidade da minha carreira. Este disco é um pouco a junção de toda a minha carreira num só álbum. Gravei com muito mais independência do que nos anteriores. Os artistas costumam dizer, mas é sem grandes clichés que eu digo que este é o meu melhor álbum até a data, tendo em conta que tive todo o espaço e tempo para a música que me apeteceu, é o meu álbum de sonho. Tudo partiu de mim e materializou-se dessa forma.
Qual é a tua abordagem neste disco, continuas revolucionário?
Mais do que nunca, continuo revolucionário. Nos álbuns passados procurei desenvolver muitos temas como alimentação, a cultura hip-hop, música, a filosofia de vida da sociedade, o quotidiano entre outras coisas, tudo o que me apeteceu escrever e rimar, eu sempre o fiz sem nenhuma limitação. Este álbum é uma continuidade daquilo que eu já fiz. Para dar um exemplo, no disco "Bobinagem" eu tenho uma faixa que bateu muito em Angola, "A Carta", e neste novo CD vem a segunda carta. Política é algo que sempre fiz e é algo que me caracteriza, eu não consigo dissociar política da música que faço, sai sempre aquele toque de intervenção social e política.
Vais lançar o disco em Maio em Angola, quais são as tuas expectativas?
Eu não faço expectativas em relação a este disco, tal como nunca fiz com os anteriores, mas o “feedback” que tenho tido de Angola é muito, muito positivo, vai para além daquilo que eu estava à espera. Eu quando dei o concerto, em Luanda, duvidava que o Cineatlântico enchesse e encheu. Estava lá toda gente a cantar as músicas, tanto que aquele concerto foi um prémio de carreira. E foi por isso que eu decidi fazer o lançamento deste novo disco em Angola, como uma forma de retribuir o amor que o público tem-me dado estes anos todos.
Como explicas esse amor que o público angolano tem por ti?
Não sei bem dizer. Tendo em conta a minha vertente política, eu sempre fui um pouco censurado em Angola, a minhas músicas raramente passaram na rádio ou na televisão. Eu nunca fui promovido em Angola, mas sempre tive muito público e deu para comprovar isso no meu concerto. Eu não sei como é que isso acontece em Angola e, fora de qualquer cliché, aquele país tem o melhor público que já vi. Aquele público é fiel, eu tenho fãs que me seguem desde o meu primeiro disco e que estão fiéis até hoje. Não sei como a música chega até eles, mas chega.
Como vês o mercado da música em Angola?
Eu nunca vi nenhum mercado como o angolano, há artistas que não têm promoção nenhuma, mas as pessoas estão a par do que se passa, estão interessadas em comprar os CD’s e não em sacar da internet. Em Angola, as pessoas têm fome e sede de cultura, e querem crescer com aquilo que os artistas têm para dar. Em Angola acontece um fenómeno único, muitos artistas "underground" vendem mais que alguns comerciais, como é o caso do Kid MC ou do MCK, que vendem muito mais que muitos artistas comerciais.
Tu tens o projecto de ir a Angola em Maio lançar o disco, mas também de fundar uma editora. Fala-nos mais desse projecto.
A minha editora, que está quase a tornar-se no meu filho, tem o objectivo de procurar talento em Angola, que eu sei que existem milhares. Desde o hip-hop, RnB, soul, passando pela música tradicional, não só o semba ou o kuduro, mas também a música tradicional, música tribal angolana, que existe em algumas regiões e que costuma ser subvalorizada. Muitas vezes, esses estilos mais tradicionais não têm o apoio do governo. A ideia é sair de Luanda, que é a central de tudo o que se passa em Angola, e ir para o interior do país encontrar talentos para poder mostrá-los ao mundo. Eu quero tentar furar mercados como o da Nigéria, Gana ou da África do Sul, e criar um intercâmbio cultural e musical com esses países.
E como nasceu este teu sonho?
Este já é um sonho antigo. Tendo em conta que já tenho bastante experiência como produtor executivo, fui eu que assumi esse papel em todos os meus álbuns. Nunca precisei de um editor ou de algum manager para me dizer ‘vais precisar de tirar aquela música e por esta’, eu é que sempre tive a liberdade de escolha e com essa experiência que ganhei em Portugal, quero pegar e levar e trabalhar como CEO, ajudar muitos artistas e ajudá-los como eu fui ajudado, há mais de 10 anos, pelo Samurai e pelo Bomberjack. É um sonho que muito em breve se vai tornar realidade.
É o teu amor por Angola que te faz ser tão crítico?
O meu amor por Angola, pelo mundo e a minha personalidade sempre fizeram de mim um adepto ferrenho da verdade e da liberdade. Eu sempre fiz questão de abrir os olhos das pessoas e fazer com que elas ganhem outro tipo de perspectiva política e social. Esta é a minha missão, já tenho feito isso há anos e não pretendo mudar.
Bob da Rage Sense pretende efectuar o lançamento do disco em Luanda, mas faz parte dos seus planos levar este novo trabalho as outras províncias do país. Para além de Angola o rapper conta estar em Moçambique e efectuar um intercâmbio com artistas brasileiros.
Fonte-> www.banda.sapo.ao
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